MODA

Search
Close this search box.

Empresa oferece moletom novo em troca de roupa usada

O moletom é o único produto na história da Malwee que não poderá ser comprado. Peça é feita de fios reciclados e marca ação de circularidade na moda

Para reforçar o posicionamento “Moda Sem Ponto Final”, em prol de uma moda mais consciente e sustentável, a fabricante de vestuário Malwee lança o movimento DES.A.FIO, com o primeiro moletom feito com matéria-prima produzida a partir de roupas usadas que seriam descartadas.

Unissex e dupla face, o produto é o único na história de 53 anos da marca que não poderá ser comprado. Para adquirir um dos primeiros 1.500 moletons exclusivos e numerados desta primeira edição, o consumidor será convidado a ir, até a avenida Paulista, em São Paulo, na altura do número 1230, no próximo dia 17 de maio (Dia Mundial da Reciclagem), e trocar o produto por cinco peças de roupas usadas.

O moletom estará disponível nos tamanhos do P ao GG, plus size (G1, G2 e G3) e no infantil (do 4 ao 14), na cor cinza mescla (cor original do fio sem tingimento).

“O lançamento de um moletom feito com produtos usados que se tornariam lixo, é um marco na nossa história e reforça o compromisso e o pioneirismo da Malwee em buscar alternativas por uma moda cada vez mais sustentável. Essa peça é um símbolo da nossa vontade de que a consciência coletiva sobre a importância da reciclagem de roupas aconteça”, diz Guilherme Moreno, gerente de marketing da Malwee.

No local, haverá uma instalação de arte, produzida em colaboração com a artista plástica Carol Almeida, que provocará a reflexão sobre a forma de descarte das peças que não podem mais ser usadas.

O DES.A.FIO mostra o pioneirismo da Malwee no uso da malha de fio desfibrado de pré-consumo para o pós-consumo, e nasceu de forma colaborativa como resultado de mais de um ano de pesquisa e desenvolvimento.

Segundo a fabricante, o movimento surgiu para acelerar a transformação da moda circular e minimizar os impactos que o descarte e o uso desenfreado de recursos naturais provocam na natureza.

“A doação costuma ser o fim do ciclo das peças que escolhemos vestir, porém elas não acabam assim. Precisamos buscar alternativas de menor impacto para que esse descarte aconteça. Essa é uma questão que precisamos enfrentar enquanto sociedade”, diz Moreno.

Após a ação de lançamento no dia mundial da reciclagem 17/5, a Malwee vai iniciar um processo contínuo de estímulo e coleta de roupas usadas de qualquer marca para transformar em novas peças. A marca irá anunciar a criação de 65 pontos de coleta de roupas usadas espalhados pelo Brasil.

Todas as roupas coletadas que estiverem em boas condições serão doadas à Cruz Vermelha São Paulo, instituição que atua há 110 anos na ajuda aos mais vulneráveis; e as que não puderem mais ser usadas serão destinadas à reciclagem para a produção de novas roupas. O consumidor deverá ir até um desses pontos e depositar as peças.

As lojas da rede Aqui Tem Malwee e da Malwee Kids (marca infantil do Grupo Malwee) serão pontos de coleta, e o consumidor que levar as peças para doação nas lojas ganhará 15% de desconto em novos produtos da marca.

“Ficamos  felizes em poder participar desse projeto que prevê um impacto muito positivo na sociedade; poder ressignificar as peças doadas é essencial para cadeia econômica e sustentável das doações recebidas, a transformação através de uma mudança de percepção é essencial para moda sustentável”, diz Marina Calife, gerente de Projetos Sociais da Cruz Vermelha São Paulo.

“Fio do futuro”

Para desenvolver o moletom, a Malwee recolheu peças sem condições de uso em algumas lojas pelo Brasil e do Repassa, maior brechó online do país e um de seus parceiros de circularidade.

O montante de roupas foi encaminhado diretamente para o Grupo EuroFios, empresa especializada na reciclagem e produção de fios sustentáveis (parceira da marca em projetos fabris inovadores e sustentáveis há mais de 10 anos), que fez todo o processo de desfibragem e fiação, e junto com a Malwee, criou o “fio do futuro”.

A matéria-prima foi fabricada com 70% de resíduo têxtil pós consumo e 30% de uma fibra complementar usada para fortalecer a estrutura e qualidade; e compõe o moletom, que emite 44% menos CO2 e consome menos 30% de água na sua produção.

“A partir dessa matéria-prima, a Malwee passa a transformar roupas usadas que seriam descartadas e virariam lixo têxtil em roupas novas, com a qualidade já conhecida da marca. Esse tipo de orientação para a moda circular tem impacto direto no uso de recursos materiais e está em linha com o nosso plano ESG 2030, em que firmamos o compromisso público de ter 100% dos nossos produtos fabricados com matérias primas e/ou processos com menor impacto ambiental dentro dos próximos 10 anos”, afirma Taíse Beduschi, gerente de ESG do Grupo Malwee.

Moda circular

De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Modefica, em parceria com a FGV, somente no Brasil são produzidas mais de 8 bilhões de peças de roupa por ano, isso corresponde a 42 novas peças por pessoa em 12 meses. Inevitavelmente, as roupas adquiridas serão descartadas ou doadas, poucas serão recicladas.

Para estimular a prática da moda circular, a Malwee lançou, em 2020, o seu novo posicionamento de marca, “Moda Sem Ponto Final”, e também comunicou uma reformulação das coleções para prolongar a vida útil das roupas e provocar o consumo consciente. De lá para cá, a marca anunciou outras ações nessa frente, como uma parceria, à época, inédita, com o brechó online Repassa e a startup de guarda-roupa compartilhado Roupateca.

Fonte: Exame