Sobre o que você é grato? Com essa inquietude que lhe é peculiar, a artista plástica Nina Pandolfo – conhecida pelos personagens de olhos grandes que habitam suas telas e murais grafitados em todo o mundo – foi convidada pelo renomado Heydar Aliyev Center, em Baku, capital do Azerbaijão, para estrear sua primeira exposição individual.
Nina apresenta a mostra “Gratitude”, uma celebração à vida e às emoções caleidoscópicas associadas ao “ser grato”. A exposição tem abertura nesta quarta-feira (22.12) e fica em cartaz até junho de 2022.
“Tantas pessoas dizem que são gratas por algo, mas não vivem o sentimento, apenas seguem os movimentos”, afirma Nina Pandolfo. Segundo a artista, ao pintar, ela tem sentimentos mais fortes, que fazem seu coração bater mais rápido. “Meus olhos sorriem ao colocar cada sensação na tela, como o som da vida, o som da liberdade, o som da gratidão e da simplicidade”, conta.
A exposição
“Gratitude” é um projeto que vem sendo construído há mais de um ano e que está intimamente ligado à própria Nina: é um reflexo de suas experiências pessoais e do mundo vibrante e multicultural ao seu redor. Fortemente inspirada por personagens que abraçam e incorporam diferentes culturas, as mulheres em suas obras são universais. A força e a delicadeza que formam um papel fundamental no estilo de assinatura da artista é o que une essas mulheres.
“Mergulho no meu universo para criar, como um mergulho no mar, e quanto mais mergulhamos, mais nos envolvemos e queremos permanecer ali. Então criar um espaço onde as pessoas possam se envolver com uma pequena parte de meu universo é muito especial para mim, é permitir que entrem em meu local particular de inspiração”, explica Nina.
Na exposição, a artista apresenta um universo sem negatividade. Ao invés disso, vê o mundo ao seu redor como uma dicotomia de inocência infantil e consciência adulta, que é tão prevalente em suas obras, exibindo o mesmo fascínio e encantamento que uma criança sente ao descobrir algo novo e deleitando-se com os pequenos detalhes.
O universo dourado de Nina Pandolfo inclui animais, como o flamingo, que apresentam uma visão antropomórfica do que realmente significa ser “grato”. Esse simbolismo, às vezes descoberto apenas quando uma obra é concluída, dá a vida a cada tela, com camadas se revelando lentamente ao observador após uma reflexão posterior.
Em “Gratitude”, serão expostas 17 telas, além de vídeos e fotos de trabalhos de rua. A mostra também terá uma sala interativa e imersiva, em que os visitantes poderão ter suas sensações de gratidão vivenciadas instantaneamente.
Sobre Nina Pandolfo
Nascida em 1977, Nina Pandolfo cresceu em São Paulo, Brasil, desenhando e pintando desde jovem, antes de descobrir o grafite e se dedicar integralmente à arte com apenas 14 anos. Estudante de Comunicação Visual, Nina seguiu seu êxtase na busca por novas superfícies e liberdade criativa, marcando as ruas de São Paulo, logo se tornando parte integrante do cenário do grafite brasileiro na década de 90 e sendo pioneira no caminho para a inclusão da expressão artística em museus e galerias.
Desde sua primeira exposição aos 22 anos (coletiva na Funarte- Fundação Nacional de Artes), Nina expôs internacionalmente com incrível sucesso, ao mesmo tempo em que cria projetos urbanos monumentais para espaços públicos. Uma comissão particularmente notável foi uma colaboração com outros artistas no grafite da torre e parte do Castelo Kelburn de 800 anos – um empreendimento tão bem-sucedido que este projeto “temporário” foi nomeado um dos “10 principais exemplos de Street Art ‘, do autor e designer Tristan Manco em 2011 e desde então tem sido protegida para futura gerações.